Esta resenha pode conter spoilers
Roteiro, direção e atuações impecáveis
Cha Jin Woo é um artista surdo, quando não está em uma sala de aula ensinando alunos do ensino médio que também querem aprender desenhar está em pequenas viagens para expressae seu amor pela arte. E é assim que conhece Jung Mo Eun, uma aspirante à atriz que não está em uma boa fase. Ela largou um emprego que pagava as contas para ir atrás de um novo sonho, apesar de não estar sendo fácil com empregos de meio-período, ela não desiste.
Com a barreira linguística, Ji Woo não tem muitas pessoas ao seu redor, além do melhor amigo e uma introversão latente. No entanto, o interesse de Mo Eun o fará sair um pouco do casulo quando ela demonstra o interesse sincero de se aproximar dele e aprender linguagem de sinais. A comunicação não é um problema, pois Ji Woo busca aplicativos de celular, além do velho método com papel e caneta.
Senti mais verdade e amor nos primeiros seis episódios do que em vários dramas que já vi na minha longa vida doramesca. As palavras impecáveis roteirista Kim Min Jung (Love in Moonlight) junto com a direção acertada do Kim Yoon Jin (Our Beloved Summer) e as atuações sensíveis do Jung Woo Sung e Shin Hyun Benn, foi a mistura essencial para tornar "Tell Me That You Love" o drama perfeito.
O que mais gostei foi o slow burn, que aliás é meu estilo favorito em dramas asiáticos. A falta de pressa em viver, de criar laços e também de se apaixonar. Um artista que até então só conseguia expressar sentimentos através da pintura precisa sair da sua zona de conforto para dar uma nova chance para o amor; e uma atriz que é boa em transmitir sentimentos por palavras começa a ver no silêncio uma nova forma de apreciação. Foi o que me encantou.
A vida de Ji Woo não foi fácil. Acompanhamos sua infância, o modo abrupto como perdeu a audição e a adaptação em um mundo silencioso. O laço forte que existe com Ki Hyun, seu amigo de longa data, e o retorno do seu primeiro amor, a Seo Kyung.
Já Mo Eun tem muitas pessoas que a amam. A melhor amiga com que divide o apartamento, o amigo que gosta dela, além de uma família amorosa composta por pai, mãe e irmão mais novo. Quando estes conhecem Ji Woo, não há preconceito. Estranhamento? Sim, e fiquei muito feliz por não haver pais preconceituosos, e por mais que houvesse preocupação no rosto deles, não foram intrusivos.
Eu gostei muito do romance, em como cresce aos poucos, e não há problemas graves entre eles que os façam se afastar. Porém, após o episódio 13 o enredo decaiu um pouco. A ex nem é o problema total, pois eu odeio a ex que volta do bueiro; mas aqui eu super entendi a Seo Kyung, em como o Ji Woo foi importante na vida dela e tomou uma atitude errada que fez o relacionamento deles acabar muito mal com culpa, pesar e remorso. Ela demora a dizer o que precisa, mas conseguem chegar num consenso.
O que me matou foi o silêncio entre Mo Eun e Ji Woo. Algo claramente estava incomodando ambos e ninguém tomava a iniciativa de conversar. A falta de comunicação entre o casal deixou uma grande lacuna entre o que vinha sendo muito bem trabalhado no roteiro, e fez a trama virar um incômodo desnecessário onde os dois estavam infelizes. A cena do episódio 15 em que o Ji Woo "ouve" a Mo Eun falando como a situação é frustrante foi uma flecha atravessando o meu peito. Conversar para quê, né? Criou-se ali um mal-entendido que não precisava, além de um clima pesadíssimo, como se ele não ouvir fosse frustrante para ela. Eu fiquei muito triste com essa cena...
Apesar do final feliz no episódio 16, eu realmente fiquei refletindo se esse conflito precisava existir se eles iriam reatar. Porque como eu disse, levei para um lado que talvez eu não reataria sem uma loonnnnggaaaa conversa, e infelizmente em dramas asiáticos a fuga/não conversa sempre é a solução. Ficou devendo mais um episódio para melhor desenvolver isso.
Adorei que mesmo magoada, a Mo Eun é maravilhosa e fez de tudo para aproximar o Ji Woo da mãe. Foi muito emocionante! E mesmo com o término, o reencontro com a família e a viagem, ele volta parecendo mais renovado, mas ainda sentindo saudades dela.
Fiquei muito cativada pela atuação do Jung Woo Sung. Que atuação maravilhosa! Todos ali foram incríveis, pois não deve ser fácil aprender linguagem de sinais para atuar como alguém fluente no idioma.
Mesmo com os apontamentos do que não curti, esse é o tipo de kdrama que eu assistiria várias vezes por conta da sensibilidade da história e a excelente atuação. ENA mais uma vez acertou em produzir um kdrama espetacular!
Agora vou atrás do original japonês de 1995 chamado "Aishiteiru To Ittekure". Será que é tão bom quanto a versão coreana?
Com a barreira linguística, Ji Woo não tem muitas pessoas ao seu redor, além do melhor amigo e uma introversão latente. No entanto, o interesse de Mo Eun o fará sair um pouco do casulo quando ela demonstra o interesse sincero de se aproximar dele e aprender linguagem de sinais. A comunicação não é um problema, pois Ji Woo busca aplicativos de celular, além do velho método com papel e caneta.
Senti mais verdade e amor nos primeiros seis episódios do que em vários dramas que já vi na minha longa vida doramesca. As palavras impecáveis roteirista Kim Min Jung (Love in Moonlight) junto com a direção acertada do Kim Yoon Jin (Our Beloved Summer) e as atuações sensíveis do Jung Woo Sung e Shin Hyun Benn, foi a mistura essencial para tornar "Tell Me That You Love" o drama perfeito.
O que mais gostei foi o slow burn, que aliás é meu estilo favorito em dramas asiáticos. A falta de pressa em viver, de criar laços e também de se apaixonar. Um artista que até então só conseguia expressar sentimentos através da pintura precisa sair da sua zona de conforto para dar uma nova chance para o amor; e uma atriz que é boa em transmitir sentimentos por palavras começa a ver no silêncio uma nova forma de apreciação. Foi o que me encantou.
A vida de Ji Woo não foi fácil. Acompanhamos sua infância, o modo abrupto como perdeu a audição e a adaptação em um mundo silencioso. O laço forte que existe com Ki Hyun, seu amigo de longa data, e o retorno do seu primeiro amor, a Seo Kyung.
Já Mo Eun tem muitas pessoas que a amam. A melhor amiga com que divide o apartamento, o amigo que gosta dela, além de uma família amorosa composta por pai, mãe e irmão mais novo. Quando estes conhecem Ji Woo, não há preconceito. Estranhamento? Sim, e fiquei muito feliz por não haver pais preconceituosos, e por mais que houvesse preocupação no rosto deles, não foram intrusivos.
Eu gostei muito do romance, em como cresce aos poucos, e não há problemas graves entre eles que os façam se afastar. Porém, após o episódio 13 o enredo decaiu um pouco. A ex nem é o problema total, pois eu odeio a ex que volta do bueiro; mas aqui eu super entendi a Seo Kyung, em como o Ji Woo foi importante na vida dela e tomou uma atitude errada que fez o relacionamento deles acabar muito mal com culpa, pesar e remorso. Ela demora a dizer o que precisa, mas conseguem chegar num consenso.
O que me matou foi o silêncio entre Mo Eun e Ji Woo. Algo claramente estava incomodando ambos e ninguém tomava a iniciativa de conversar. A falta de comunicação entre o casal deixou uma grande lacuna entre o que vinha sendo muito bem trabalhado no roteiro, e fez a trama virar um incômodo desnecessário onde os dois estavam infelizes. A cena do episódio 15 em que o Ji Woo "ouve" a Mo Eun falando como a situação é frustrante foi uma flecha atravessando o meu peito. Conversar para quê, né? Criou-se ali um mal-entendido que não precisava, além de um clima pesadíssimo, como se ele não ouvir fosse frustrante para ela. Eu fiquei muito triste com essa cena...
Apesar do final feliz no episódio 16, eu realmente fiquei refletindo se esse conflito precisava existir se eles iriam reatar. Porque como eu disse, levei para um lado que talvez eu não reataria sem uma loonnnnggaaaa conversa, e infelizmente em dramas asiáticos a fuga/não conversa sempre é a solução. Ficou devendo mais um episódio para melhor desenvolver isso.
Adorei que mesmo magoada, a Mo Eun é maravilhosa e fez de tudo para aproximar o Ji Woo da mãe. Foi muito emocionante! E mesmo com o término, o reencontro com a família e a viagem, ele volta parecendo mais renovado, mas ainda sentindo saudades dela.
Fiquei muito cativada pela atuação do Jung Woo Sung. Que atuação maravilhosa! Todos ali foram incríveis, pois não deve ser fácil aprender linguagem de sinais para atuar como alguém fluente no idioma.
Mesmo com os apontamentos do que não curti, esse é o tipo de kdrama que eu assistiria várias vezes por conta da sensibilidade da história e a excelente atuação. ENA mais uma vez acertou em produzir um kdrama espetacular!
Agora vou atrás do original japonês de 1995 chamado "Aishiteiru To Ittekure". Será que é tão bom quanto a versão coreana?
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