Esta resenha pode conter spoilers
Quem acredita sempre alcança... em vários casos.
Antes de tudo, é o meu kdrama favorito. Não, não vou dar uma nota 10, por mais obcecada e fascinada que eu seja por ele.
O drama começa com um primeiro episódio dando uma introdução icônica e sempre lembrada da protagonista, a Assassina das Sombras, Naksu (Go Younjung). Aquele gosto doce de fantasia, ver uma personagem feminina lutando com maestria. É doce. É o tipo de fantasia que vai nos levar para uma outra dimensão de cara (se você for um grande apreciador do gênero). Mas a adrenalina da melhor introdução de personagem já feita, acaba aí.
Quando a protagonista troca de corpo com uma desconhecida de corpo frágil, e que não foi a escolhida por ela, temos uma sequência divertida de reclamações de alguém que já foi poderosa e agora tem que conviver sem seus feitiços poderosos. É divertido, mas o problema disso tudo, é que demoramos cerca dos 7 primeiros episódios nos arrastando no enredo principal. Informações que poderiam ter sido dadas no mesmo episódio e de forma objetiva, levam vários episódios com informações picotadas (prejudicial para um público que apresenta problemas em conectar fios). Nesse início, depois dos primeiros 25 minutos do primeiro episódio, o telespectador precisa ter paciência e aceitar a narrativa escolhida para Alquimia das Almas.
O Worldbuilding é bem construído para compensar a lentidão daquele começo porque quando passa da parte de introdução ao universo de Daeho, as coisas fluem tão cristalinas quanto a água, e você não sente o tempo passar.
Causa fascínio assistir a construção inicial de Daeho, ser entrelaçado com o enredo dos protagonistas e dos outros personagens. Mal tem furos quanto a parte sistemática da magia do universo de Daeho.
O protagonista tem uma ótima personalidade calorosa, e de cara, ele se encanta pela única mulher que ele deveria ficar longe em sua vida (ela é uma assassina, mas ele não liga). É um filhotinho de cachorro sendo ensinado a dar a patada. O jeito que ele trata Naksu (me recuso a chamar de Mudeok, não vou participar da retaliação da personagem), é bonitinho. Ele é teimoso, mas preguiçoso.
Quanto a Naksu/Mudeok (Jung Somin), a trajetória da personagem não é sobre poderes, o que pode ser decepcionante para alguns, mas a protagonista-vilã nos desperta empatia por ter sido forjada daquela forma, usada e então descartada. Enquanto a trajetória de Jang Uk é sobre evoluir seus poderes, a trajetória de Naksu/Mudeok, é sobre a humanização de seu caráter. Vemos uma pessoa implacável, fria e reclamona nos primeiros episódios, mas lentamente ela vai suavizando suas características, até perceber que permitiu Uk entrar até ela se apaixonar. E isso é feito de forma sutil, bonita e delicada. As irmãs Hong impressionam quando nos entrega uma vilã como protagonista que começa a ter seu arco de redenção de forma bem feita. Não foi jogado na nossa cara uma história triste logo de primeira, mas nossa empatia por ela é construída aos poucos, nos mostrando seu passado como uma garotinha de 5 anos que perdeu tudo.
A trajetória indivual dos protagonistas, é satisfatória, assim como o worldbuilding e os arcos, mas minha nota 8.5 é para mostrar que ela também tem defeitos.
Alquimia das Almas Parte 1 não precisava de 20 episódios para falar sobre Jang Uk treinando. Se iam usar a ferramenta de genialidade e Estrela do Rei para justificar Uk aprender tudo muito rápido, então não precisávamos ter perdido tanto tempo nesse plot. Ele era preguiçoso, e o esforço mínimo dele era sempre o máximo e estava tudo bem porque ele é a Estrela do Rei.
Alquimia das Almas parte 1 não precisava de 20 episódios por motivo nenhum. Se tivessem compactado informações e deletados alguns arcos e cenas desnecessárias, entregaria algo de alta qualidade e que não me daria a sensação de que determinados episódios estavam ali como fillers. 15 episódios para essa temporada era mais do que o suficiente. O triângulo amoroso também é repulsivo, e eu sinto muito para as Team Seo Yul que vão ler isso, mas o enredo deixa claro que sempre foi o Uk. O tempo usado para determinadas coisas, deveria ter sido usada para dar background decente para Jin Seolran, e a ponte para o enredo da parte 2. Deveriam ter colocado mais flashbacks da protagonista sendo uma assassina, não apenas nos falando (particularmente, nesse caso, prefiro que usem a ferramenta do "mostrem, não falem"). Se tivessem feito tudo isso, teria sanado os problemas que geraram na parte 2.
O elenco foi constituídos por pessoas novas na k-ent - com exceção de Jung Somin -, mas todos surpreendentemente talentosos. A nota 7.5 é por causa da exceção dos "talentosos entre os atores novatos". O ator do Seo Yul iria permanecer com a mesma expressão, se alguém gritasse que o cabelo dele estava pegando fogo. Ele não pode atuar nem mesmo pela vida dele. Jung Somin, para uma veterana, me causa um pouco de incômodo porque ela não é o tipo de atriz que costumo apreciar a atuação. Ela foi muito bem nos primeiros 13 episódios, entregou um momento lindo no episódio da carta de amor, mas depois parece que perdeu a mão nas expressões caricatas para uma personagem assassina e que basicamente não teve alegria nenhuma na vida, além de um jovem recém saído da adolescência que ficaria de barriga pra cima e abanaria o rabo se ela pedisse (não é um defeito Uk ser assim. É fofo.).
Alquimia das Almas parte 1 mal tem romance, e as cenas que tem, ficaram devendo. A química romântica entre Jung Somin e Lee Jaewook é morna, mas compensou na química para a dinâmica proposta na parte 1 entre Mestra e Pupilo, que não tem nada a reclamar (ao contrário da romântica).
A trilha sonora carregou as cenas românticas nas costas. O drama é muito bem dirigido, a cenografia é espetacular e de tirar o fôlego. O enredo te fascina e prende até o fim depois que resiste ao começo lento. Atualmente, só não assistiria de novo porque assisti 7 vezes e tem 20 episódios de 1h20min, é muito longo.
Reconhecendo seus defeitos e qualidades, com altos e baixos no seu enredo, as irmãs Hong ainda conseguem entregar uma fantasia de alta qualidade que dá uma surra em várias séries de fantasia ocidental.
O drama começa com um primeiro episódio dando uma introdução icônica e sempre lembrada da protagonista, a Assassina das Sombras, Naksu (Go Younjung). Aquele gosto doce de fantasia, ver uma personagem feminina lutando com maestria. É doce. É o tipo de fantasia que vai nos levar para uma outra dimensão de cara (se você for um grande apreciador do gênero). Mas a adrenalina da melhor introdução de personagem já feita, acaba aí.
Quando a protagonista troca de corpo com uma desconhecida de corpo frágil, e que não foi a escolhida por ela, temos uma sequência divertida de reclamações de alguém que já foi poderosa e agora tem que conviver sem seus feitiços poderosos. É divertido, mas o problema disso tudo, é que demoramos cerca dos 7 primeiros episódios nos arrastando no enredo principal. Informações que poderiam ter sido dadas no mesmo episódio e de forma objetiva, levam vários episódios com informações picotadas (prejudicial para um público que apresenta problemas em conectar fios). Nesse início, depois dos primeiros 25 minutos do primeiro episódio, o telespectador precisa ter paciência e aceitar a narrativa escolhida para Alquimia das Almas.
O Worldbuilding é bem construído para compensar a lentidão daquele começo porque quando passa da parte de introdução ao universo de Daeho, as coisas fluem tão cristalinas quanto a água, e você não sente o tempo passar.
Causa fascínio assistir a construção inicial de Daeho, ser entrelaçado com o enredo dos protagonistas e dos outros personagens. Mal tem furos quanto a parte sistemática da magia do universo de Daeho.
O protagonista tem uma ótima personalidade calorosa, e de cara, ele se encanta pela única mulher que ele deveria ficar longe em sua vida (ela é uma assassina, mas ele não liga). É um filhotinho de cachorro sendo ensinado a dar a patada. O jeito que ele trata Naksu (me recuso a chamar de Mudeok, não vou participar da retaliação da personagem), é bonitinho. Ele é teimoso, mas preguiçoso.
Quanto a Naksu/Mudeok (Jung Somin), a trajetória da personagem não é sobre poderes, o que pode ser decepcionante para alguns, mas a protagonista-vilã nos desperta empatia por ter sido forjada daquela forma, usada e então descartada. Enquanto a trajetória de Jang Uk é sobre evoluir seus poderes, a trajetória de Naksu/Mudeok, é sobre a humanização de seu caráter. Vemos uma pessoa implacável, fria e reclamona nos primeiros episódios, mas lentamente ela vai suavizando suas características, até perceber que permitiu Uk entrar até ela se apaixonar. E isso é feito de forma sutil, bonita e delicada. As irmãs Hong impressionam quando nos entrega uma vilã como protagonista que começa a ter seu arco de redenção de forma bem feita. Não foi jogado na nossa cara uma história triste logo de primeira, mas nossa empatia por ela é construída aos poucos, nos mostrando seu passado como uma garotinha de 5 anos que perdeu tudo.
A trajetória indivual dos protagonistas, é satisfatória, assim como o worldbuilding e os arcos, mas minha nota 8.5 é para mostrar que ela também tem defeitos.
Alquimia das Almas Parte 1 não precisava de 20 episódios para falar sobre Jang Uk treinando. Se iam usar a ferramenta de genialidade e Estrela do Rei para justificar Uk aprender tudo muito rápido, então não precisávamos ter perdido tanto tempo nesse plot. Ele era preguiçoso, e o esforço mínimo dele era sempre o máximo e estava tudo bem porque ele é a Estrela do Rei.
Alquimia das Almas parte 1 não precisava de 20 episódios por motivo nenhum. Se tivessem compactado informações e deletados alguns arcos e cenas desnecessárias, entregaria algo de alta qualidade e que não me daria a sensação de que determinados episódios estavam ali como fillers. 15 episódios para essa temporada era mais do que o suficiente. O triângulo amoroso também é repulsivo, e eu sinto muito para as Team Seo Yul que vão ler isso, mas o enredo deixa claro que sempre foi o Uk. O tempo usado para determinadas coisas, deveria ter sido usada para dar background decente para Jin Seolran, e a ponte para o enredo da parte 2. Deveriam ter colocado mais flashbacks da protagonista sendo uma assassina, não apenas nos falando (particularmente, nesse caso, prefiro que usem a ferramenta do "mostrem, não falem"). Se tivessem feito tudo isso, teria sanado os problemas que geraram na parte 2.
O elenco foi constituídos por pessoas novas na k-ent - com exceção de Jung Somin -, mas todos surpreendentemente talentosos. A nota 7.5 é por causa da exceção dos "talentosos entre os atores novatos". O ator do Seo Yul iria permanecer com a mesma expressão, se alguém gritasse que o cabelo dele estava pegando fogo. Ele não pode atuar nem mesmo pela vida dele. Jung Somin, para uma veterana, me causa um pouco de incômodo porque ela não é o tipo de atriz que costumo apreciar a atuação. Ela foi muito bem nos primeiros 13 episódios, entregou um momento lindo no episódio da carta de amor, mas depois parece que perdeu a mão nas expressões caricatas para uma personagem assassina e que basicamente não teve alegria nenhuma na vida, além de um jovem recém saído da adolescência que ficaria de barriga pra cima e abanaria o rabo se ela pedisse (não é um defeito Uk ser assim. É fofo.).
Alquimia das Almas parte 1 mal tem romance, e as cenas que tem, ficaram devendo. A química romântica entre Jung Somin e Lee Jaewook é morna, mas compensou na química para a dinâmica proposta na parte 1 entre Mestra e Pupilo, que não tem nada a reclamar (ao contrário da romântica).
A trilha sonora carregou as cenas românticas nas costas. O drama é muito bem dirigido, a cenografia é espetacular e de tirar o fôlego. O enredo te fascina e prende até o fim depois que resiste ao começo lento. Atualmente, só não assistiria de novo porque assisti 7 vezes e tem 20 episódios de 1h20min, é muito longo.
Reconhecendo seus defeitos e qualidades, com altos e baixos no seu enredo, as irmãs Hong ainda conseguem entregar uma fantasia de alta qualidade que dá uma surra em várias séries de fantasia ocidental.
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